Saudações cordiais a todos!

Desde meu último post, não houveram muitas coisas dignas de nota na vida deste que vos escreve. Quer dizer, nada que seja interessante para conhecimento público.

Vejamos então, chegou o final de semana, e com ele algumas coisas já estavam planejadas. Entre elas, havia minha vontade de assistir Cloverfield.



A saga

Primeiro, antes de ir passar minhas impressões sobre o filme, deixe-me colocá-los a par da odisséia que se passou para eu chegar até lá.

Sábado foi um dia repleto de encontros, teve aniversário da filha da minha prima, e depois um encontro madrugal com alguns amigos. Com o fim do horário de verão, ganha-se uma hora, ou seja, é uma hora a mais pra ficar nas luzes da ribalta. Melhor que isso, foi dormir até acordar, sem medo de ser feliz.

Acabado o café da manhã pra lá do meio dia, saí desbravando São Paulo, em busca de um cinema pra ver o filme. Sem internet pra se informar sobre horarios, o jeito era contar com a sorte...

Há, tolo eu.

Entramos, eu e minha amada, no primeiro shopping próximo de onde estavamos. Creio que era o Shopping Campo Limpo. Aí chega, procura vaga, anda, anda, anda... até que surge um espaço automotivo não reservado para idosos/gestantes/deficientes. Descemos e fomos até o cinema.

Grade de filmes mostrando milhões de opções, e nada de Cloverfield. Teria ele já saído de cartaz, mesmo a tão pouco tempo ali? Que nada, o horário mais próximo era 19e qualquer coisa. Tempo demais para ficar ali sem fazer nada.

Próxima opção, Shopping Jardim Sul.

E roda mais um pouco, notando que gradativamente a temperatura também aumentava. Já estava 31 graus, e não havia nem uma brisa pra dar aquela ajuda. Mas fomos em frente, não era mesmo longe uma coisa da outra.

Chegando no estacionamento, já deu pra notar que a maioria dos paulistanos já tinha saído de casa. E para onde foram todos? Pro shopping, claro.

E roda, roda, roda... Até chegar em mais uma vaga. Mesmo ritual, desce, direto pro cinema... Próxima sessão de Cloverfield? 20 e lá vai pedrada. Momento de tensão no ar. O estacionamento era pago! Tinhamos alguns parcos minutos para pegar o carro e sair ainda a tempo de usufruir a tolerância. E desce correndo, desvia do povo, caça o carro na garagem, sai praticamente cantando pneu e... "Este ticket não foi validado, favor ir até o caixa..."

É, merdas acontecem... Aí desvia, roda mais um pouco, desce do carro, e sobe pra pagar o 1 minuto excedente pelo preço de 4 horas.

Mas render-se nunca, retroceder jamais! Próxima parada, Market Place.

O povo do trampo ja tinha visto lá, e até onde eu lembrava, tinha uma sessão as 6. Com sorte, tinha uma antes, 4 talvez.

Há, tolo eu.

De novo.

E chega no shopping, roda, roda... bom, como era de se esperar, a sessão mais próxima era mesmo as 6 e qualquer coisa. E ainda eram 2...

Eis que no balcão dos caixas, havia um folhetinho com alguns filmes em cartaz no Cinemark. Não tinha todos os horários de todos os cinemas, mas tinha exatamente o que eu queria ver.

Cloverfield - 15:50, Shopping Eldorado.

Não houveram dúvidas, nada de desistir da caçada agora. Contagem no relógio, 4 minutos para vencer a tolerância! E corre de novo, e desce, desce... Sai pela porta errada corre na garagem, entra na sauna sobre 4 rodas, e...

"Este ticket não foi validado, favor..."

Vou falar o que? Carro atrás, cancela na frente, e mais la na frente, um guardinha que devia ser de chumbo, já que mesmo vendo que onde eu estava o negócio ja tinha dado merda, resolveu não sair do lugar.

E se Maomé não vai até a montanha... Pra onde vai Maomé?

Anda até o guardinha pra falar pra ele precisa dar um jeito pra gente sair dali, abre o vidro e ouço um cortês "Se o cartão não tava validado, devia ter avisado la atras."

A sorte dele é que o calor no carro exauria gradativamente minhas energias. Passado o stress, vou la pagar o bilhete. No caminho até o guiche, fiquei imaginando se o cinema é construído propositalmente longe da garagem justamente pra não dar tempo de ir la e sair sem pagar...

Entrego o bilhete no caixa e a mulher "Nossa, por pouco voce não conseguiu né?"

Eu olhei pra ela com cara de "Voce quer morrer como?"

Sorri e peguei o bilhete, ainda a tempo de ouvir "Agora voce pode ficar até 4 horas aqui"

Pensei em como fazer uma sessão de tortura medieval durar quatro horas na mesma pessoa. Pensei tambem em sugerir uma inserção retal do bilhete supracitado durante 4 horas para a cidadã, mas resolvi deixar por isso mesmo.

Próxima parada, Shopping Eldorado.

Com a certeza de que agora ia, não me abalei. Mais um passeio prosaico às margens do rio Pinheiros, o qual exala seu perfume característico quando a temperatura, agora nos 34 graus, se eleva acima dos 28.

Com a perícia de quem faz aquilo a anos, encontrei uma vaga simbólica lá no fundão do estacionamento. É, naquela hora, os paulistanos, além de ja terem acordado, tambem já estavam alimentados e agora todos não tinham mais o que fazer em casa. E o shopping é sempre uma opção.

Mas enfim, quando cheguei no guiche e peguei os ingressos, senti-me como o garoto da fantástica fábrica de chocolate quando encontrou o bilhete dourado.

Com uma folga de 1 hora, pudemos repor nossas energias com litros e litros de água de coco gelado, para enfim, nos acomodarmos em nossa poltronas para o início da sessão.

O Filme

Começa o filme, e demora um pouco para você pegar o espírito da coisa. Ele é todo filmado por uma câmera de mão, algo que não estamos acostumados a ver (a não ser que seu passatempo preferido seja assistir fitas antigas de aniversários e festas natalinas familiares)

A gente saba que o filme é sobre o ataque de um monstro, então fica esperando a coisa acontecer. Porém, por mais incrível que pareça, quando você ta engrenando no filme, focado na partida do protagosnista ao Japão, existe um interesse maior em conhecer as coisas que estão acontecendo na vida do mesmo, pelo desenrolar da história que vai se mostrando.

Fato, o filme é bom. É inteligente pela forma que a situação é apresentada, e é inevitável a transposição para dentro do filme, porque você passa a ser o observador em primeira pessoa o tempo todo. Não tem mudança de foco, câmeras com outros pontos de vista. Aquilo que você é é exatamente o que você veria se estivesse ali.

Quando o pau começa a comer, você entende o espírito do filme. Não é uma história sobre o ataque do monstro, e sim sobre as pessoas que tentam sobreviver ali. Tudo que costumamos ver em Godzilla, King Kong ou qualquer filme de monstros gigantes destruindo tudo não se aplica ali. Normalmente somos colocados a par da origem do monstro, de sua meta, de seus planos.

Aqui não.

É o caos, a inevitabilidade da tragédia, a impotência diante de algo assustadoramente incontrolável, a merda jogada no ventilador da cozinha... É muito tenso, pesado, triste e ainda assim, sensacional.

Particularmente, a ultima frase dita pelo protagonista, pela situação em que ele estava, tem um peso tão grande, que me atingiu com mais força do que toda a destruição que vi o monstro causar.

Saí do cinema transtornado, demorou para me livrar da tensão que vivi, e meu cérebro ainda procurava indícios de que aquilo não era mesmo real, e que não ia aparecer uma aberração daquelas destruindo os prédios à minha volta.

Enfrentei, sim, uma chuva praticamente diluviana, mas só de saber que eu estava seguro no mundo real novamente, ja me deixou bem mais calmo...



Sem mais delongas, despeço-me!

Thriller - Michael Jackson

[1st Verse]
It's Close To Midnight And Something Evil's Lurking In The Dark
Under The Moonlight You See A Sight That Almost Stops Your Heart
You Try To Scream But Terror Takes The Sound Before You Make It
You Start To Freeze As Horror Looks You Right Between The Eyes,
You're Paralyzed

[Chorus]
'Cause This Is Thriller, Thriller Night
And No One's Gonna Save You From The Beast About
Strike
You Know It's Thriller, Thriller Night
You're Fighting For Your Life Inside A Killer, Thriller
Tonight

[2nd Verse]
You Hear The Door Slam And Realize There's Nowhere Left To Run
You Feel The Cold Hand And Wonder If You'll Ever See The Sun
You Close Your Eyes And Hope That This Is Just
Imagination
But All The While You Hear The Creature Creepin' Up
Behind
You're Out Of Time

[Chorus]
'Cause This Is Thriller, Thriller Night
There Ain't No Second Chance Against The Thing With
Forty Eyes
You Know It's Thriller, Thriller Night
You're Fighting For Your Life Inside Of Killer, Thriller Tonight

[Bridge]
Night Creatures Call
And The Dead Start To Walk In Their Masquerade
There's No Escapin' The Jaws Of The Alien This Time
(They're Open Wide)
This Is The End Of Your Life

[3rd Verse]
They're Out To Get You, There's Demons Closing In On Every Side
They Will Possess You Unless You Change The Number On Your Dial
Now Is The Time For You And I To Cuddle Close Together
All Thru The Night I'll Save You From The Terror On The Screen,
I'll Make You See

[Chorus]
That This Is Thriller, Thriller Night
'Cause I Can Thrill You More Than Any Ghost Would Dare To Try
Girl, This Is Thriller, Thriller Night
So Let Me Hold You Tight And Share A Killer, Diller, Chiller
Thriller Here Tonight

[Rap Performed By Vincent Price]
Darkness Falls Across The Land
The Midnite Hour Is Close At Hand
Creatures Crawl In Search Of Blood
To Terrorize Y'awl's Neighbourhood
And Whosoever Shall Be Found
Without The Soul For Getting Down
Must Stand And Face The Hounds Of Hell
And Rot Inside A Corpse's Shell
The Foulest Stench Is In The Air
The Funk Of Forty Thousand Years
And Grizzy Ghouls From Every Tomb
Are Closing In To Seal Your Doom
And Though You Fight To Stay Alive
Your Body Starts To Shiver
For No Mere Mortal Can Resist
The Evil Of The Thriller

[Into Maniacal Laugh, In Deep Echo]


Carpe Diem